quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O status divino


É bom ser normal, sentir-se seguro dentro daquilo que se considera comum, o cotidiano nos reserva pressa, há dias que o espelho parece um amigo distante, daqueles que você só cumprimenta. Saímos sem nos observar, a primeira roupa, alguma coisa pra comer, uma penteada no cabelo (às vezes), nossos pensamentos nos assombram com deveres que deixamos pra última hora e, de repente, aparece alguém reluzente, uma mulher com a pele perfeita, um delineado discreto, côncavo levemente marcado, ar de saúde e felicidade com bochechas rosadas, é nesse momento que esquecemos nossos problemas e pensamos "estou um lixo". A auto-estima é reduzida e dá aquela vontade de sair correndo e passar pelo menos um pó na cara e um lápis. A normalidade nos induz a andar a passos largos e rápidos, não nos permite pensar em quem realmente somos, mas, ainda na rapidez da passagem das horas somos capazes de perceber o que nos falta ao nos deparar com seres vivendo normalmente de forma bela. Como aquela mulher tem tempo de se transformar em uma divindade? É o que me pergunto quando enfrento a beleza daquela que se ama. Tempo é sempre a desculpa, talvez a gente queira ser super heroínas e passamos a abraçar inúmeras responsabilidades simultaneamente. E indo mais profundo, talvez a gente queira preencher espaços dentro de nós. O vazio nos torna loucas que mal têm tempo para comer, que não dizem "oi" para o espelho. Eu acho que a maneira mais eficaz de manter a beleza é o bem estar, nada como uma pele que transmite saúde. A maquiagem nos leva ao status de Deusas, pelo menos aos nossos olhos, e por sorte alguém mais também  vai perceber todo o esforço que teve para se sentir a mulher mais linda do espaço.

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