Chatices da rotina.

Por mais que nenhum dia seja igual ao outro, que a programação da tv mude e que as aulas mudem, existem coisas que parecem um ritual, não mudam jamais. E alguns desses rituais incomodam demais. Vamos começar pela manhã. Não estou de férias, mas estudo de noite e durmo muito tarde, mas procuro não acordar tão tarde, então uso o celular de despertados. Mas, de repente a luz do quarto se acende, isso, é aquela luz super forte que se acende, mas isso não é mágica, é fruto do meu pai, e logo uma outra ação surge, um berro: "Cadê seu celular?" E eu desatinada sou obrigada a abrir os olhos e indicar onde está. Maldita operadora CLARO que dá créditos se a pessoa falar um minuto. E logo após volto ao meu sono profundo. E adivinhem? O celular desperta, mas ele não está no meu quarto, está berrando em qualquer outro cômodo, tenho que levantar, ao invés de acionar o 'soneca' - que na verdade chama-se 'soar daqui a 9 min.' Não dez, mas nove. Aí caço o celular pela casa pra desligá-lo, minha mãe não faz isso por mim, ela tem fobia tecnológica. Mexe no controle da tv com muito custo, e só da tv, porque do dvd eu sempre tenho que mexer pra ela. Passando por todo esse trauma, hora de tomar café. Mas, cadê as coisas do café? Ah, minha mãe já guardou tudo. Eu não suporto chegar na cozinha e não ter mesa de café, isso porque a minha diferença de horário pro dela não passa de 40 minutos. Lá vou eu forrar a mesa e rearrumar tudo e depois guardar tudo. Meu pai chega do trabalho, a primeira coisa que ele faz ao entrar no meu quarto é procurar pó em todos os lugares, como se isso não bastasse. Ele almoçar assistindo televisão, e tudo que ele vê e considera interessante, ele me chama. E eu tenho que ir, senão mais tarde vou ser acusada de não dar atenção a ele e vou ter que aguentar eternamente a tromba. Ou seja, eu paro de comer pra ir ver o que ele está assistindo - outro dia era como tirar seu nome do Serasa, eu nem tenho contas. Minha comida esfria e tudo mais, mas o importante é ser boa menina. Escovar os dentes, hora tão comum. Pego a escova de dentes, quando olho não é a minha escova, mas está no lugar da minha. Odeio que mudem a escova do lugar, Por que retiram a minha escovinha pra colocar outra no lugar? Chega a tarde, muitas vezes fico sozinha, paz? Nããão. Meu pai acha que a casa deve estar inteiramente trancada, mas a minha chave não funciona na porta da sala, ela não tranca por dentro, o que acontece? Ele faz esse favor pra mim. A campainha toca, vou toda louca atender - eu odeio atender. Quando vou abrir, pá... trancada. Tenho que dar a volta na casa, quando chego no portão a pessoa já foi embora, depois só reclamam porque eu não atendi a porta. Hora de faculdade! Entro às sete, meu pai passa aqui às seis e meia e quer que eu esteja completamente pronta, eu nunca fico pronta nesse horário. Usando qualquer transporte, chego na faculdade em cinco minutos, por que me apressar tanto? Mais briga. E amanhã será tudo igual novamente e novamente. Conclusão: Eu odeio que esmurrem a porta do meu quarto e em seguida acendam a luz. Odeio que peguem minhas coisas e não coloquem no lugar, mais ainda quando for um celular com despertador. Odeio ter que caçá-lo. Não gosto que desarrumem a mesa do café, ou ter que parar de comer pra assistir televisão e também não gosto que troquem minha escova de lugar ou que me apressem. E depois ficam bravos comigo porque estou sempre de mau humor. Ah, hoje acordei amarga. Mas, aposto que todo mundo tem uma rotina super chata em casa ou no trabalho. Beijos.