A marca e o produto

Vivemos em um sistema onde ter, comprar, gastar... são verbos comuns e cobiçados no dia-a-dia. Mas, o que comprar? E mais... por que comprar? Existem vários fatores que nos levam ao consumo: o fato de precisar, de gostar, ou o status, isso além do fator simbólico, como lá ovos de Páscoa. Chocolate tem o ano todo, mas na Páscoa não tem graça ganhar uma caixa de bombom ou barras gigantescas de chocolate, tem que ser ovo, por seu valor simbólico do momento, e muitos outros fatores mercadológicos, mas não nos preocupemos com isso.

Tudo nos faz querer consumir, imagens tentadoras de mulheres lindas com suas roupas de grife. Filmes e passarelas que impõem o novo padrão de beleza. Antes de tudo, quero dizer que sou uma pessoa capitalista, gosto do sistema de competitividade, lógico que não aprovo pessoas morrendo de fome e coisas do tipo, mas aí já é caso de discutir política. O que quero chamar a atenção é quando o status fica em primeiro lugar na hora da compra. As pessoas não compram produtos, não compram qualidade ou originalidade, compram nomes, compram marcas. E muitas vezes nem conhecem o significado do nome da marca. Muitos compram Chanel, mas não sabem da história da mulher. Não sabem que ela teve origem pobre e negava isso a qualquer custo. Não sabem que a sua primeira loja foi aberta graças a um playboy da época, que a apresentou à toda a elite. Não sabem que ela queria que todas as mulheres vestissem não apenas a sua marca, mas o estilo Chanel, ela nunca se importou com a cópia, desde que todas se sentissem bem. Ela é autora de frases célebres como "Não há mulheres feias, há mulheres mal cuidadas". E na sua morte disse à uma camareira “Vê? É assim que se morre. Sozinha, mas sempre chique”. O que quero dizer é que existe um conceito atrás de cada marca, coisa alguma surge do nada e é importante valorizar a ideia também, não apenas a forma, não apenas a página da revista. As coisas estão a nossa volta para consumirmos, para sentirmos aquela sensação de felicidade por ter adquirido algo que estávamos cobiçando a muito tempo. A partir do momento que começamos a comprar por comprar, perdeu o sentido. Mesmo que se compre algo que é tendência do momento, é importante impor sua personalidade no que você vai usar. Não é o vestido que faz a mulher, é ao contrário, a mulher faz o vestido. E como dizia Chanel em minhas palavras resumidas, porque não me lembro exatamente o que era, a roupa existe para servir a mulher e não ao contrário. Consciência é muito importante na hora de gastar seu dinheiro. Pra que parecer com qualquer pessoa, se não você mesma? Faz que nem eu e meu problema com Melissas, eu comecei a gostar da marca mesmo achando sapatos de plástico estranhos, porque minhas amigas tinham e comentavam sobre novas coleções e tal. Eu acabei adquirindo a minha, um dos únicos modelos que realmente gosto: ultragirl. A sapatilha simplesmente destrói o meu pé, fiz uma "pesquisa" e todas aquelas meninas que amavam Melissa, sofrem a mesma coisa. O sapato consegue machucar em 4 lugares diferentes. E interessante que todos continuam comprando, e aí? Compramos o produto ou a marca? Eu sei que todos amam Melissa, mas este foi um exemplo real da minha vida. E eu, sinceramente, não sei se gosto realmente dos modelos ou do nome.

Um beijo a todas e desculpe-me por falar de Melissa, sei que todo mundo ama.